Você Sabia? Edição 6

Por Pedro Marchan

O prolapso da glândula da terceira pálpebra é conhecido e chamado por “Cherry Eye” ou “Olhos de cereja”. É a afecção primária mais comum da terceira pálpebra também conhecida como membrana nictitante, sendo que normalmente essa afecção acomete cães e gatos nos primeiros meses de vida. Entretanto, não pode-se excluir a possibilidade da ocorrência em indivíduos adultos.

A glândula da terceira pálpebra é responsável por produzir em média 35% a 50% da porção aquosa do filme lacrimal, em alguns casos podem ultrapassar os 50%, tornando-se a glândula principal, variando conforme espécie e raça acometida.

A porção aquosa do filme lacrimal é responsável por hidratar, limpar e proteger a superfície ocular dentre outras funções, isso significa que uma superfície ocular sem o filme lacrimal aquoso torna-se uma superfície sem capacidade de se manter funcional, devido a isto, devemos dar a devida atenção para essa afecção ocular.

A proptose da glândula pode ser unilateral ou bilateral e apesar de sua patogenia não ser conhecida com completa exatidão, sugere-se que a glândula luxe pela fragilidade do tecido conjuntivo (saco glandular) entre a porção ventral da terceira pálpebra e os tecidos periorbitários associado ao crescimento hiperplásico ou inflamatório da glândula. A afecção é de curso rápido, pois o tecido aparece rapidamente no canto nasal, logo o animal desenvolve conjuntivite e adenite. A glândula luxada gera incômodo ao animal e sutil desconforto visual, sendo que, para evitar a lesão do tecido glandular e possível morte da glândula com futura disfunção lacrimal, conhecida como síndrome da disfunção lacrimal ou ceratoconjuntivite seca, a mesma deve ser reposicionada cirurgicamente o mais rápido possível. Porém, o cirurgião deve-se preocupar em não operar uma glândula e conjuntiva inflamadas e não utilizar fármacos corticosteróides, pois o sucesso do procedimento pode diminuir por tais detalhes. É terminantemente proibido retirar a glândula da terceira pálpebra por essa afecção.

Referências

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