Um surto de febre amarela está afligindo o Brasil, principalmente no estado de Minas Gerais, que até o momento registrou 272 casos suspeitos de febre amarela em 38 municípios do Nordeste de Minas Gerais, sendo 25 mortes confirmadas e 71 suspeitas, de acordo com informações do Ministério da Saúde. São dados preocupantes para o país e que têm aumentado no decorrer dos dias, no entanto, é preciso entender o que de fato transmite a doença e qual a prevenção.
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por vírus e transmitida por mosquitos, sendo o Aedes aegypti principalmente em áreas urbanas e que atinge os humanos. Já o Haemagogus e Sabethes, em áreas rurais, que são infectados ao picar um animal com a doença, transmitindo-a para o animal que picar posteriormente. Neste último caso, os macacos (primatas) são as vítimas e, somente no Espírito Santo, nos últimos dias mais de 80 macacos bugios foram encontrados mortos em diversas cidades devido à doença.
Segundo a bióloga, Marcela Pimenta, é preciso entender que os macacos não são os transmissores da febre amarela, mas, sim, vítimas e hospedeiros da doença, assim como os humanos. Por isso, matá-los ou maltratá-los não resolverá o problema, muito pelo contrário, eles servem como sentinelas de que algo não vai bem. “Perceber que os macacos estejam infectados com a doença funciona como um alerta ao ser humano, pois é sinal de que o vírus está circulando naquela região e é preciso atenção”, explica Marcela. Com isso, os órgãos de vigilância entram em ação para proteger o ser humano, com a vacinação contra a doença.
Apesar do macaco ser tão vítima quanto o ser humano, casos de maus tratos a bugios têm ocorrido no Brasil, dois deles foram registrados no Rio Grande do Sul, em que os bugios foram levados ao Zoológico de Gramado, sendo um com ferimentos causados por tiros de chumbinho, e que não resistiu, e outro com cortes de faca, que quase o fizeram perder a visão. O Rio Grande do Sul não apresenta casos de febre amarela.
Entenda a doença
De acordo com divulgação do Ministério da Saúde, os sintomas da febre amarela são febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina).
Quanto ao tratamento, não existe nada específico e ele é apenas sintomático, requerendo na assistência ao paciente que, sob hospitalização,permaneça em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, caso o paciente não receba assistência médica necessária, a doença pode levar a óbito.
Para evitar a febre amarela, a única prevenção é a vacinação, que é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano. Ela deve ser aplicada 10 dias antes da viagem para as áreas de risco de transmissão da doença, como também pode ser aplicada a partir dos 9 meses e é válida por 10 anos. A vacina é contra indicada a gestantes, imunodeprimidos (pessoas com o sistema imunológico debilitado) e pessoas alérgicas a gema de ovo.
(Fonte: Ministério da Saúde)