Controle o ataque das cigarrinhas-das-pastagens

O ataque da cigarrinha-das-pastagens, praga que suga a seiva dos capins, danifica suas folhas e resulta na “queima” do pasto, intensifica durante as chuvas, por isso o controle também precisa ser reforçado nesta época do ano por parte dos produtores rurais. No caso do Acre e outros estados da Amazônia, este aumento da praga é ainda maior e merece atenção, por ser um dos fatores que contribuem para o processo de degradação de boa parte das pastagens da região.

Segundo divulgação da Embrapa, na propriedade do pecuarista Sidney Zamora a praga está presente em 90% das pastagens e as medidas de controle químico iniciaram no final de novembro. Em piquetes onde a praga já foi controlada o capim está verde e sadio e a diferença em relação a outras áreas é visível. “A infestação está bem maior e nunca tinha ocorrido ataques nessas proporções. A alternativa é retirar o gado e aplicar o defensivo. Isso compromete o rendimento da atividade e gera um impacto negativo na economia local, já que a pecuária é a principal cadeia produtiva do Estado”, diz o produtor.

O ataque da cigarrinha-das-pastagens reduz a capacidade produtiva da pastagem, compromete a alimentação bovina e gera queda no peso do animal, com prejuízos para os pecuaristas, no entanto, pode ser controlado com métodos químicos ou biológicos e faz-se necessário que o produtor rural atue também de forma preventiva, uma vez que o monitoramento contínuo das áreas ajuda a reduzir a incidência de ataques e auxilia, ainda, na escolha do método de controle mais adequado.

É indicado o controle biológico, por meio de aplicações utilizando o fungo Metarhizium anisopliae, disponível em lojas revendedoras de insumos agropecuários, e que pode ser realizado com uso de pulverizadores costais, tratores ou aviões, sem a necessidade de retirar os animais da pastagem. Este método não prejudica o meio ambiente e nem é nocivo à saúde humana, além de poder permanecer na pastagem por um tempo maior, desde que não haja dias ensolarados e secos até o seu estabelecimento.

Também é recomendado o controle químico, mas, neste caso, é necessário retirar o gado da área a ser tratada. De acordo com o pesquisador Murilo Fazolin, é importante contar com a ajuda de um técnico para calcular a quantidade de aplicações e a dosagem adequada do inseticida. E, dependendo do nível de infestação e das condições climáticas poderão ser necessárias duas ou três aplicações do produto durante o período chuvoso.

Outras alternativas para reduzir os danos causados pela cigarrinha-das-pastagens são a diversificação das pastagens com o uso de diferentes tipos de capim e o consórcio com leguminosas, como amendoim forrageiro e puerária, como também evitar a formação de grandes touceiras de capim, por meio do pastejo sistemático da área. O rebaixamento das forrageiras facilita a passagem de luz para o solo com maior intensidade, aspecto que reduz a umidade e as condições de proliferação do inseto.

(Fonte: ACRIMAT / Foto: Divulgação – BeefPoint)