Maio Roxo na Medicina Veterinária: Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) em pets merecem atenção

Campanha Maio Roxo reforça a conscientização das Doenças Infamatórios Intestinais (DIIs) também nos pets

“Cão, macho, 5 anos, com diarreia intermitente há três meses, perda de peso progressiva e episódios esporádicos de vômito. Sem resposta clínica a dietas comerciais e antibióticos empíricos.”

Casos como esse são cada vez mais comuns na clínica de pequenos animais. E durante o Maio Roxo, as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) em pets merecem atenção. A medicina veterinária também levanta essa bandeira, com foco na detecção, diagnóstico e tratamento da Doença Inflamatória Intestinal em cães e gatos.

Entenda as DIIS em pets

Fatores como alterações imunológicas, desequilíbrio da microbiota intestinal, predisposição genética, intolerâncias alimentares e estresse crônico estão entre os contribuintes mais comuns para as DIIS. Foto Freepik
Fatores como alterações imunológicas, desequilíbrio da microbiota intestinal, predisposição genética, intolerâncias alimentares e estresse crônico estão entre os contribuintes mais comuns. Foto Freepik

A Doença Inflamatória Intestinal compreende um grupo de distúrbios gastrointestinais crônicos, marcados por inflamação persistente na mucosa do trato digestivo, com causa multifatorial. Ainda que a etiologia exata não seja completamente definida, fatores como alterações imunológicas, desequilíbrio da microbiota intestinal, predisposição genética, intolerâncias alimentares e estresse crônico estão entre os contribuintes mais comuns.

Os sinais clínicos variam conforme a localização e gravidade da inflamação, podendo incluir:

🐾 Diarreia crônica (com ou sem muco ou sangue)

🐾 Vômitos recorrentes

🐾 Perda de peso e apetite seletivo

🐾 Flatulência, dor abdominal, desconforto pós-prandial

🐾 Hipoalbuminemia e alterações proteicas.

Muitas vezes, o quadro é confundido com parasitoses, intolerâncias alimentares simples ou quadros infecciosos transitórios. O problema é que, sem investigação adequada, o pet pode passar meses sofrendo com uma condição que exige abordagem diagnóstica estruturada.

Diagnóstico: método e precisão são essenciais

O diagnóstico da DIIs é feito por exclusão e confirmação histopatológica. Após descartar causas infecciosas, parasitárias, alimentares e neoplásicas, o profissional deve prosseguir com exames complementares:

Hemograma e bioquímica sérica (avaliando principalmente proteínas totais, albumina e B12);

Ultrassonografia abdominal, observando espessamento de alças e linfonodos;

Testes de exclusão alimentar (dietas de eliminação);

Endoscopia digestiva alta/baixa com coleta de biópsias;

Avaliação histopatológica do infiltrado (linfoplasmocitário, eosinofílico, granulomatoso).

Trata-se de uma condição crônica e incurável, mas com potencial de controle a longo prazo, especialmente se diagnosticada precocemente.

Tratamento: abordagem multimodal e individualizada

O sucesso do tratamento está na individualização da terapia, que pode incluir:

🍽️ Dietas terapêuticas (hipoalergênicas, monoproteicas ou hidrolisadas)

🔬 Probióticos e prebióticos para modular a microbiota intestinal

💊 Antibióticos não absorvíveis, como metronidazol ou tilosina

📈 Suporte nutricional, controle de sintomas e monitoramento frequente

A resposta ao tratamento é variável e pode exigir ajustes contínuos. Em alguns casos, a forma proteica perdedora demanda cuidados mais intensivos e até internação.

“O Maio Roxo é uma excelente oportunidade para reforçarmos o papel do médico veterinário na detecção precoce das doenças inflamatórias intestinais em cães e gatos. O tutor precisa ser orientado sobre a importância de buscar avaliação profissional diante de sinais clínicos persistentes. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a eficácia terapêutica e a longevidade do animal.”Professor Francis Flosi, médico veterinário e diretor da Faculdade Qualittas

📣 Conscientizar é também prevenir

O Maio Roxo nos convida a promover educação contínua para tutores, formação técnica de qualidade para os profissionais e a troca de experiências clínicas. É papel da medicina veterinária moderna atuar com base em evidências e adotar uma abordagem sistêmica frente aos distúrbios gastrointestinais crônicos.

Fortalecer a saúde digestiva dos pets é também garantir qualidade de vida, bem-estar e longevidade.

Se você atua na área clínica, aproveite este mês para revisar protocolos, compartilhar conhecimento e orientar seus tutores com empatia e clareza. A DII não é uma sentença — mas exige atenção, ciência e compromisso.

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Curta, comente e compartilhe este conteúdo com colegas e estudantes. Vamos ampliar o alcance da conscientização sobre a DIIS em pets.

Qualittas, seja referência!